domingo, 1 de setembro de 2013

campina-violência


há menos de três horas o cabelo fora cortado, virou a cabeça para alcançar uma criança que chorava em berros de bode ferido na estrada antes de qualquer curativo, afago ou morte. a tesoura atinge o topo do olho esquerdo ainda seco das alergias rebatidas em um cômodo apertado em musgos, lodo misturado com restos de xampus vazados de uma porção de plásticos tortos de estações sem clientes, sem velhas que fogem, sem crianças que brotam com as mãos empenhadas em um sorvete meio de resina, meio de suspiro. quando as traquitanas marcadas do sangue pousaram no resto achatado da visão buscou os pés, partiu de vestido em um trecho abanado pela peruca de fios compridos.

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