sexta-feira, 8 de março de 2013

o rabo do cão coelho.

mas não era. não tinha sido. como se os sapatos incendiados ainda saltassem a poça vermelha do sangue da greta. pegou outros três pares enfiou na mala que até então só tinha partido rumo ao litoral gelado, repetia um movimento esvaziado de sombra, calcinado pela hora que os vizinhos dependuravam quadros na parede da sala. adivinha o pavor do bebê com o barulho da furadeira se abrigando na garganta miúda, horas antes a mãe assiste a raspagem das amídalas do filho, questiona o porquê do uso de cotonete, resmunga que retiraram pouca secreção o que pode afetar no resultado laboratorial. soube disso pelo filho mais velho que aparecia no último rasgo quente da manhã para a cena de masturbação, pega os livros de história da greta, repete o meu sobrenome   umas treze vezes, depois goza naquele copo quase colado na parede. prenunciada pelas coletas nos dois apartamentos contíguos, a viagem toma a forma do cão-coelho que passeia ensopado pelos andares daqui.






Um comentário:

  1. Pra variar, sempre bela... (roubei uma frase sua deste post e abri um post meu com ela)

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