terça-feira, 28 de maio de 2013

nervo oculomotor.


pelo-quase do olho sonado do tales a aula de ballet demorava também para as minhas pernas ainda atadas pelo cansaço do dia corrido entre a morte do tio, o banho no cão, a caminhada desfolhada no pátio fúnebre. entre musgos, as dezenas de sapatos das crianças enfunados em uma gastura sem dor patinam como penitência às horas ausentes no colégio. carrego um disco que a greta havia pedido, marcado de impressões olfativas de momentos peregrinados em quarenta e seis anos, ou menos, ou trinta. sobraram poucas primas para o coro, ouço algum bicho resmungar na abertura de uma panorâmica que obcecada com a correção comprime o alcance das pernas moles do homem cavalgador, amigo de não sei qual irmão, mas que insinua que nós, as primas, em alguma das férias dos noventa perfuramos um cavalo até a queda epilética do bicho de porte afetuoso. diz o nome afetuoso e para, me encosta na coluna, pergunta pelas outras, mostra um zig-zag. desaparece antes do meu grito acabado nas mesmas linhas de musgos sapateados pelas crianças. 

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