segunda-feira, 29 de abril de 2013

acusma


já não me importava mais a dança patinada do homem velho com o abdômen inchado naquilo acostumado na quebra clara da porta do restaurante onde busco a comida congelada da semana. desiste de acumular na memória as camadas baixas do dia craquelado. os manequins femininos de plástico mole costurados na vitrine do centro povoado de lojas de roupas do verão se correspondiam com os couros cabeludos finos de um monte de crianças com rabos de cavalo. uma delas, a de dentes tortos, cicatrizes parafusadas em um sorriso que volta ao cabelo ajuntado caminha até o microfone do caixa e pergunta a mãe se hoje buscarão os remédios para o coração novo, não existe família nenhuma no pátio da loja. a arma fresca reposiciona a atleta no ralo chão, perde o alvo das gangues.

Nenhum comentário:

Postar um comentário